segunda-feira, 2 de maio de 2016

A autoridade espiritual do homem sobre sua casa

Porque o homem é cabeça da mulher, como Cristo é cabeça da Igreja e o salvador do Corpo. (Ef. 5, 23)

Pelo sacramento do matrimônio Deus reveste o homem de toda a autoridade necessária para cuidar de sua esposa e de sua casa. Não autoridade apenas de chefe da família, de provedor, mas também de autoridade espiritual.

Matrimônio é sacramento, portanto, se constitui como sinal eficaz da graça de Deus. É a manifestação de Deus na vida do casal transmitindo dons espirituais e produzindo efeitos concretos sobre os cônjuges.

Instituindo o homem como cabeça da mulher, assim como Cristo é a cabeça da Igreja (cf. Ef. 5, 23), Deus reveste o homem de autoridade espiritual. Dessa forma, é importantíssimo que o homem assuma essa autoridade com toda a força do seu coração para lutar pela salvação de sua casa.

É certo que a família, como projeto maior de Deus, tende a ser profundamente perseguida e atacada. Não é vontade do inimigo de Deus que essa instituição prevaleça. Na tentativa de afastar alguém de Deus, o “melhor caminho” para Satanás é atacar a família. É na família, Igreja Doméstica, onde Deus manifesta sua graça. É na família onde a vida se inicia, pela geração dos filhos, e também onde os ensinamentos divinos se enraiza nos corações, pela catequese familiar, pelo testemunho de vida.

A todos os seus membros, mas sobretudo ao homem, cabe zelar para que essa instituição divina não seja atacada, não seja destruída. A autoridade espiritual deve ser exercida a todo instante, com vigilância e com afinco. Ao homem cabe salvar e santificar a si mesmo, mas também lutar pela salvação e santificação de sua casa, daqueles a quem Deus lhe confiou. Assim, é importante que o homem se mantenha de pé, firme na sua crença, inabalável na sua fé, para que nenhum dos seus se percam. 

Zelar física e espiritualmente pela família é honrar ao sacramento do matrimônio, à aliança contraída no altar diante de Deus, louvando-O e glorificando-O através da fidelidade ao Seu projeto.

O lar é local sagrado da presença de Deus, portanto, devemos impedir que o inimigo atente contra nossa casa. Ao menor sinal de que as coisas não vão bem, somos chamados a reforçar a oração e as práticas espirituais em benefício da salvação e santificação dos nossos. Daí a importância de recorrer sempre à eucaristia, à confissão, ao jejum, à oração, ao terço e à leitura da Palavra. Precisamos purificar o nosso coração para exercer a autoridade espiritual que Deus nos conferiu.

Se algo perturba a paz no nosso lar, somos chamados a nos revestir da autoridade paterna  e realizar pequenos exorcismos(*) em favor dos nossos. Devemos, explicitamente, rezar para que o mal não tenha vez sobre a nossa casa, sobre os nossos. Somos a cabeça da casa,  como Cristo é da Igreja. Assim, não podemos permitir que o mal prevaleça. Temos toda autoridade espiritual, investida pelo próprio Deus, para que o mal se afaste dos nossos, para que caia por terra toda forma de tentação demoníaca que queira nos desviar dos caminhos do Pai. 

Em nome de Jesus ressuscitado e de Seu sangue derramado na cruz devemos solicitar Sua proteção contra toda espécie de mal. Devemos solicitar, também, a presença constante dos nossos anjos da guarda. Como chefe da família, nós homens devemos orar ao nosso anjo da guarda, mas também pedir que ele se una aos anjos da nossa esposa e dos nossos filhos para se colocarem em ordem de batalha contra as forças do mal. Podemos recorrer também a São Miguel Arcanjo, chefe da milícia celeste, para que se coloque junto aos anjos da guarda da família para proteger a cada um. Não podemos esquecer, ainda, do auxílio de Nossa Senhora, fiel intercessora, para que ela mais uma vez esmague a cabeça da serpente.

Em resumo, somos muito pequenos diante do Pai, mas Ele mesmo nos confiou toda a autoridade espiritual sobre a nossa casa. Ele estará sempre pronto a nos proteger e a nos guiar, mas cabe a nós permanecermos unidos a Cristo, como ramos da videira de Deus, o agricultor. Assim, nenhum mal será capaz de prevalecer sobre nós. 

A autoridade já nos foi dada através sacramento do matrimônio, não podemos deixar de exercê-la pela santificação dos nossos!


Eduardo Faria
Missão Combatentes do Bom Combate

(*) Pequenos exorcismos são orações para uso privado e não representam o Exorcismo Solene da Igreja, que deve ser realizado apenas por sacerdote expressamente autorizado. São pequenas orações, fórmulas prontas ou orações voluntárias, contra a presença do mal, contra as recorrentes tentações que buscam nos abalar.

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