segunda-feira, 9 de março de 2015

A unidade espiritual no matrimônio

Desde os primórdios dos tempos Deus criou o homem e a mulher para viverem juntos, sendo uma só carne. Deus mesmo reconhece que não é bom que o homem viva só e lhe promete uma ajuda oportuna (cf. Gn 2, 18).

Ao contrário do que muitos imaginam, ao verem a mulher como uma pedra de tropeço, como um problema ou uma "Dona Enquenca", Deus sonhou a mulher como uma auxiliar ao homem, uma ajuda oportuna.

Nesse sentido, ao receber a mulher, o "primeiro homem" agradece a Deus dizendo:

"Eis agora aqui, disse o homem, o osso dos meus ossos e a carne de minha carne; ela se chamará mulher, porque foi tomada do homem." (Gn 2, 23)

E Deus completa:

"Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne." (Gn 2, 24)

Mas essa unidade vai muito além da "carne de minha carne". Muito mais do que uma unidade física, Deus reservou ao homem e a mulher uma unidade espiritual, pensando, pois, no matrimônio como sacramento: como sinal da Sua graça.

Vivemos sim em uma realidade espiritual e isso também ocorre no casamento: nos tornamos não apenas uma só carne, mas também nos unimos espiritualmente um ao outro. Passamos, então, a ter responsabilidade um para com o outro pela aliança contraída no matrimônio.

Tanto é que cabe a ambos fazer a outra parte crescer, não só em alegria ou em apoio mútuo, em virtude da nova união, mas também em santidade.

Acontece que quando não cuidamos de nós mesmos, nos manchando pelo pecado, comprometemos também a outra parte, a tornando doente conosco.

Afinal, como diz São Paulo:

"Quero, porém, que saibais: a origem de todo homem é Cristo, a cabeça da mulher é o homem, e a cabeça de Cristo é Deus." (I Cor 11, 3)

e ainda,

"Se um membro sofre, todos os membros compartilham o seu sofrimento; se um membro é honrado, todos os membros compartilham sua alegria." (I Cor 12, 26)

Percebemos, aqui, que Deus compara a unidade espiritual entre o homem e a mulher como a unidade dEle com o Pai. Assim como o homem é a cabeça da esposa, Deus é a cabeça de Cristo na relação trinitária. 

Da mesma forma que nos compadecemos com a outra parte com relação ao sofrimento físico, também há compaixão quando há uma enfermidade espiritual. Se uma das partes sofre, a outra também sofre, já que nos tornamos um só corpo pelo matrimônio.

É importante saber que a família é o mais belo dos projetos de Deus. Sendo assim, a família também é a instituição mais visada pelo inimigo de Deus no plano espiritual, não restando dúvidas, portanto, que o inimigo fará tudo o que estiver ao seu alcance para desestabilizar essa instituição de amor.

Mas, sendo um, quando o homem ou a mulher oram, uma parte contribui para a santificação da outra. Ao passo que, quando um peca, a outra parte também se coloca enferma.

Talvez você nunca tenha se atentado a isso, mas facilmente perceberá que a culpa de uma série de desentendimentos, ou mesmo um dia onde tudo dá errado, pode ser resultado da ação do pecado de uma das partes na vida do casal. Ou mesmo, à pouca ou nenhuma oração.

Passe a observar e verá que, na prática, no dia em que um das partes não ora ou peca, o dia de toda a família é afetado. Até o humor ou as atitudes do outro podem se tornar amargas, pois este também se coloca enfermo espiritualmente pela unidade que há no matrimônio.

Assim, cuidemos, pois, de nos apoiar  nessa unidade para santificar e não para destruir. Que a minha vida de oração e a minha vivência de fé sejam colocados como dom para santificação da minha esposa, do meu marido...

Que Cristo nos ajude nessa batalha!

Eduardo Faria
Missão Combatentes do Bom Combate

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