quarta-feira, 13 de julho de 2005

Unidade na diversidade

Embora hoje em dia vejamos uma diversidade enorme de religiões, seitas e crenças, a vontade de nosso Pai que está no céu é que todos sejamos um. Vemos Jesus expressar esse desejo no evangelho de São João: “e haverá um só rebanho e um só pastor” (cf. Jo 10, 16).

Por um lado não é ruim o fenômeno religioso visto nos nossos tempos. É sinal de que o povo está sedento de Deus. O maior problema talvez seja as pessoas procurarem em lugares errados. Muitas religiões e seitas oferecem soluções imediatas pra todos os problemas, mas não apresentam, ou apresentam de forma distorcida, o sentido maior da fé, o amor verdadeiro revelado por Jesus.

Nós, católicos, estamos certos de nossa fé, pois cremos na Igreja fundada pelo próprio Jesus Cristo através de seus discípulos. Infelizmente muitos, inconformados com os erros encontrados na Igreja Católica, se afastaram da verdade. Não tiveram sabedoria suficiente pra enxergar que os erros estavam nos homens e não na Igreja. A Igreja sendo fundada por Jesus não poderia estar errada, pois esta é assistida pelo Espírito Santo. Talvez o mais certo a ser feito seria tentar reformar a Igreja por dentro, e não se rebelando contra ela.

Infelizmente o erro já foi cometido, e não há mais como voltar atrás. Mas mesmo assim ainda é possível sermos um, ser um só rebanho e um só pastor. A partir do momento que respeitamos as nossas diferenças, servindo verdadeiramente ao mesmo Senhor, nos tornamos um pelo santo sacrifício de Jesus. Talvez a religião em si não seja o mais importante, contanto que o mundo inteiro conheça, ame e declare Jesus como seu salvador, assim como ao Pai e ao Espírito Santo.

Queremos sim seguir a verdade, e mesmo com as nossas diferenças é possível mostrar que podemos ser um. A beleza da Igreja Católica é que podemos encontrar essa unidade na diversidade. Encontramos na nossa igreja diversos movimentos e pastorais, como vicentinos, franciscanos, salesianos, carmelitas, movimentos como a Renovação Carismática Católica, Focolares, Legião de Maria, Neocatecumenato, Opus Dei. Enfim, cada um vivendo a sua espiritualidade específica na sua forma de orar e de agir, mas todos se unindo no momento maior da nossa fé, na santa eucaristia. Cada movimento tem as suas reuniões particulares, mas todos se encontram nas missas e se fazem um com o irmão através de Jesus que se entrega no altar.

A Igreja Católica é prova viva de que é possível ser diferente, mas viver a mesma fé. Deus nos dá diversos dons e carismas, repartindo a cada um conforme lhe convém (cf. I Cor 12, 11). Aí está a nossa riqueza, poder somar os nossos dons e colocá-los a serviço do próximo.

Não há porque me separar da Igreja com a desculpa de que não consegui me encontrar. Talvez eu não tenha buscado direito, pois na Igreja Católica sempre haverá um movimento, uma espiritualidade ou uma pastoral que se assemelhará com os meus anseios, e responderá àquilo que eu busco. E o melhor, com a graça de continuarmos sendo um.

Se uso como desculpa o fato de não concordar com isso ou aquilo na doutrina da Igreja, e me separo para abrir uma nova igreja de acordo com aquilo que acredito, estarei me rebelando contra o próprio Jesus, que prometeu assistir sua Igreja através do Espírito Santo. Por isso os dogmas de fé são inquestionáveis, pois foram revelados pelo próprio Espírito Santo que nos assiste. Não posso querer adaptar a religião para me servir, e sim querer servir com todo o meu coração Àquele que está acima de qualquer religião: Nosso Senhor Jesus Cristo.

Procuremos, pois, a unidade na diversidade, certos de que um dia formaremos um só rebanho, a serviço de um só pastor. Permaneçamos, pois, fiéis e um dia teremos a graça de desfrutarmos, todos juntos, do grande banquete do Cordeiro.

Eduardo Faria
Missão Combatentes do Bom Combate

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