Embora
hoje em dia vejamos uma diversidade enorme de religiões, seitas e crenças, a
vontade de nosso Pai que está no céu é que todos sejamos um. Vemos Jesus
expressar esse desejo no evangelho de São João: “e haverá um só rebanho e um
só pastor” (cf. Jo 10, 16).
Por
um lado não é ruim o fenômeno religioso visto nos nossos tempos. É sinal de que
o povo está sedento de Deus. O maior problema talvez seja as pessoas procurarem
em lugares errados. Muitas religiões e seitas oferecem soluções imediatas pra
todos os problemas, mas não apresentam, ou apresentam de forma distorcida, o
sentido maior da fé, o amor verdadeiro revelado por Jesus.
Nós,
católicos, estamos certos de nossa fé, pois cremos na Igreja fundada pelo
próprio Jesus Cristo através de seus discípulos. Infelizmente muitos,
inconformados com os erros encontrados na Igreja Católica, se afastaram da
verdade. Não tiveram sabedoria suficiente pra enxergar que os erros estavam nos
homens e não na Igreja. A Igreja sendo fundada por Jesus não poderia estar
errada, pois esta é assistida pelo Espírito Santo. Talvez o mais certo a ser
feito seria tentar reformar a Igreja por dentro, e não se rebelando contra ela.
Infelizmente
o erro já foi cometido, e não há mais como voltar atrás. Mas mesmo assim ainda
é possível sermos um, ser um só rebanho e um só pastor. A partir do momento que
respeitamos as nossas diferenças, servindo verdadeiramente ao mesmo Senhor, nos
tornamos um pelo santo sacrifício de Jesus. Talvez a religião em si não seja o
mais importante, contanto que o mundo inteiro conheça, ame e declare Jesus como
seu salvador, assim como ao Pai e ao Espírito Santo.
Queremos
sim seguir a verdade, e mesmo com as nossas diferenças é possível mostrar que
podemos ser um. A beleza da Igreja Católica é que podemos encontrar essa
unidade na diversidade. Encontramos na nossa igreja diversos movimentos e
pastorais, como vicentinos, franciscanos, salesianos, carmelitas, movimentos
como a Renovação Carismática Católica, Focolares, Legião de Maria, Neocatecumenato,
Opus Dei. Enfim, cada um vivendo a sua espiritualidade específica na sua forma
de orar e de agir, mas todos se unindo no momento maior da nossa fé, na santa
eucaristia. Cada movimento tem as suas reuniões particulares, mas todos se
encontram nas missas e se fazem um com o irmão através de Jesus que se entrega
no altar.
A
Igreja Católica é prova viva de que é possível ser diferente, mas viver a mesma
fé. Deus nos dá diversos dons e carismas, repartindo a cada um conforme lhe
convém (cf. I Cor 12, 11). Aí está a nossa riqueza, poder somar os nossos dons
e colocá-los a serviço do próximo.
Não
há porque me separar da Igreja com a desculpa de que não consegui me encontrar.
Talvez eu não tenha buscado direito, pois na Igreja Católica sempre haverá um
movimento, uma espiritualidade ou uma pastoral que se assemelhará com os meus
anseios, e responderá àquilo que eu busco. E o melhor, com a graça de
continuarmos sendo um.
Se
uso como desculpa o fato de não concordar com isso ou aquilo na doutrina da
Igreja, e me separo para abrir uma nova igreja de acordo com aquilo que
acredito, estarei me rebelando contra o próprio Jesus, que prometeu assistir
sua Igreja através do Espírito Santo. Por isso os dogmas de fé são
inquestionáveis, pois foram revelados pelo próprio Espírito Santo que nos
assiste. Não posso querer adaptar a religião para me servir, e sim querer
servir com todo o meu coração Àquele que está acima de qualquer religião: Nosso
Senhor Jesus Cristo.
Procuremos,
pois, a unidade na diversidade, certos de que um dia formaremos um só rebanho,
a serviço de um só pastor. Permaneçamos, pois, fiéis e um dia teremos a graça
de desfrutarmos, todos juntos, do grande banquete do Cordeiro.
Eduardo Faria
Missão
Combatentes do Bom Combate
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