sexta-feira, 6 de maio de 2005

Escravos ou livres?

Desde a antiguidade a escravidão tem se colocado como um dos piores problemas da humanidade. Nas culturas antigas, prisioneiros de guerra eram tomados como escravos como sinal de poder e dominação; no Egito nossos primeiros pais foram tomados como escravos dos faraós, até que nosso Senhor os libertasse; e não há muito tempo atrás a escravidão esteve muito próxima de nós aqui no Brasil, e ainda hoje sofremos as sequelas desse período negro da nossa história.

Embora a escravidão tenha sido abolida há alguns anos, hoje nos deparamos com formas talvez ainda piores de dominação. Enfrentamos problemas políticos, econômicos, sociais; somos escravos de um sistema onde o que vale é o ter, onde pouquíssimos se preocupam com o próximo; somos prejudicados por uma política social ineficiente, onde nem mesmo os direitos às mínimas condições necessárias a sobrevivência são respeitados; enfim, continuamos vivendo em uma sociedade onde o mais forte domina sobre o mais fraco.

Mas apesar de todos esses problemas serem um mau a ser resolvido, essa ainda não é a verdadeira escravidão. O que verdadeiramente nos escraviza é a falta do conhecimento da verdade. A falta do conhecimento de Deus escraviza não só o nosso corpo, mas também a nossa alma. Portanto, é muito importante buscarmos nossa liberdade em Cristo, como Ele mesmo nos diz: “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8, 32). E ainda: “Se, portanto, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres” (Jo 8, 36).

Só seremos verdadeiramente livres quando alcançarmos o entendimento da verdade, quando nos abandonarmos por inteiro na presença de nosso Senhor. Com Ele seríamos capazes de enfrentar qualquer dificuldade, até mesmo a tortura e o cárcere.

Tomemos como exemplo a figura do grande apóstolo Paulo. Mesmo depois de preso e açoitado, ele orava e louvava a Deus com cânticos de louvor (cf. At 16, 25), e muitas outras vezes no cárcere ele dizia alegrar-se por sofrer por amor a Cristo e aos irmãos (cf. Flp 1,18 e Col 1, 24), grande confiança ele tinha no Senhor. Com certeza Paulo descobriu o que era liberdade.

Portanto, aprendamos com o testemunho dos santos. Lutemos sim contra as injustiças (a fome, a miséria, a hipocrisia), mas queiramos também viver a liberdade que Cristo nos concede. Esta só será possível quando nos abandonarmos inteiramente às vontades do Senhor.

Eduardo Faria
Missão Combatentes do Bom Combate

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