Sem dúvidas nenhuma a liberdade é uma das maiores
graças que recebemos de Deus. Grande prova de amor o Pai nos dá deixando-nos
livres para fazermos nossas próprias escolhas. Amor verdadeiro não nos prende,
não nos escraviza, mas deixa-nos livre para fazer o que bem quisermos, até
mesmo negar a esse amor.
Aquele
que ama quer o melhor para os seus filhos, sofre quando os vê em caminhos
ruins, quando os vê sofrendo. Mas mesmo nas dificuldades o Pai não pode interferir
na nossa liberdade, pois isso não seria amor. Seríamos escravos, sendo
obrigados a seguir ordens, mesmo que essas ordens fossem para nos livrar de
todo o sofrimento.
Mas
o Pai prefere agir de forma um pouco diferente. Prefere nos deixar livres, e aos
poucos nos mostrar o melhor caminho, até temos condições de encontrar a verdade
por nós mesmos, na nossa liberdade. Dessa forma estaremos aptos a nos render ao
seu amor, a ponto de querermos ser conduzidos em todos os nossos atos pelo
Espírito Santo (cf. Gl 5, 16).
É
para que sejamos homens livres que Cristo nos libertou (Gl 5,1a).
A verdadeira liberdade nos foi conquistada pelo santo sacrifício de Jesus na
cruz, como forma de redenção de todos os nossos pecados. No nosso livre
arbítrio temos a opção de querer continuar vivendo a vida de pecado que
levamos, ou acolher o sacrifício de Jesus nos convertendo a uma vida nova.
Contudo,
se escolhemos permanecer no pecado, embora isto pareça liberdade, aí sim é que
nos fazemos escravos. Optar por Cristo é optar pela liberdade, pois o pecado
nos escraviza. Ficai, portanto, firmes e não vos submetais ao jugo da
escravidão (Gl 5, 1b).
Paulo
nos exorta a viver a liberdade que Cristo nos propõe, fugindo do pecado: Vós,
irmãos, fostes chamados à liberdade. Não abuseis, porém, da liberdade como
pretexto para prazeres carnais (Gl 5, 13a). Sabemos de todo o sacrifício
de Jesus, mas insistimos em nos entregar aos prazeres momentâneos do pecado.
Mas como todos os nossos atos tem consequências, depois do pecado um vazio interior
substitui o prazer momentâneo que havíamos experimentado. Aos poucos vamos nos
tornando escravos de nossos vícios, e conhecemos o gosto amargo do pecado. O
pecado vai nos afastando de Deus, vamos perdendo o gosto pela oração, perdemos
a intimidade com o nosso Criador, e como conseqüência surge o vazio interior.
Nossa
alma tem sede de amor, e só no amor do Pai que ela se completa. Infelizmente,
na busca desenfreada pelo amor, procuramos por lugares errados, nos entregando
a vícios e falsas paixões. Esquecemos-nos de buscar água na fonte, no coração
de Deus. Não há maior amor que este, o amor do Pai por nós.
A
forma mais concreta de nos libertarmos de nossos vícios é clamar o Espírito
Santo sobre nós, deixando que ele nos conduza. Do contrário, estaremos escravos
dos desejos da carne: fornicação, impureza, libertinagem, idolatria,
superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição, discórdia, partidos,
invejas bebedeiras, e outras coisas semelhantes (cf. Gl 5, 19-21). Quanto mais
nos entregamos aos nossos desejos, mais nos tornamos escravos, e só em Deus
conseguiremos reaver nossa liberdade.
Deixar-nos
conduzir pelo Espírito é exercitar a caridade, alegria, paz, paciência,
afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança. Estes são os frutos do
Espírito (cf. Gl 5, 22-23). Quando nos decidimos verdadeiramente por Deus, aos
poucos colhemos cada um desses frutos. É assim que experienciamos a verdadeira
liberdade. Uma vez experimentado os seus frutos, não mais desejamos viver de
outra forma, pois os frutos de Deus são doces, nos sacia, o amor de Deus nos
completa.
Sempre
é tempo de mudança. Todo tempo é tempo de conversão. Queiramos, portanto,
caminhar de acordo com o Espírito, e experimentar os seus frutos. Se vivemos
pelo Espírito, andemos também de acordo com o Espírito (Gl 5, 25). Só
assim encontramos a verdadeira felicidade.
Eduardo Faria
Missão
Combatentes do Bom Combate
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