quinta-feira, 14 de abril de 2005

Verdadeira Liberdade

Sem dúvidas nenhuma a liberdade é uma das maiores graças que recebemos de Deus. Grande prova de amor o Pai nos dá deixando-nos livres para fazermos nossas próprias escolhas. Amor verdadeiro não nos prende, não nos escraviza, mas deixa-nos livre para fazer o que bem quisermos, até mesmo negar a esse amor.

Aquele que ama quer o melhor para os seus filhos, sofre quando os vê em caminhos ruins, quando os vê sofrendo. Mas mesmo nas dificuldades o Pai não pode interferir na nossa liberdade, pois isso não seria amor. Seríamos escravos, sendo obrigados a seguir ordens, mesmo que essas ordens fossem para nos livrar de todo o sofrimento.

Mas o Pai prefere agir de forma um pouco diferente. Prefere nos deixar livres, e aos poucos nos mostrar o melhor caminho, até temos condições de encontrar a verdade por nós mesmos, na nossa liberdade. Dessa forma estaremos aptos a nos render ao seu amor, a ponto de querermos ser conduzidos em todos os nossos atos pelo Espírito Santo (cf. Gl 5, 16).

É para que sejamos homens livres que Cristo nos libertou (Gl 5,1a). A verdadeira liberdade nos foi conquistada pelo santo sacrifício de Jesus na cruz, como forma de redenção de todos os nossos pecados. No nosso livre arbítrio temos a opção de querer continuar vivendo a vida de pecado que levamos, ou acolher o sacrifício de Jesus nos convertendo a uma vida nova.

Contudo, se escolhemos permanecer no pecado, embora isto pareça liberdade, aí sim é que nos fazemos escravos. Optar por Cristo é optar pela liberdade, pois o pecado nos escraviza. Ficai, portanto, firmes e não vos submetais ao jugo da escravidão (Gl 5, 1b).

Paulo nos exorta a viver a liberdade que Cristo nos propõe, fugindo do pecado: Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não abuseis, porém, da liberdade como pretexto para prazeres carnais (Gl 5, 13a). Sabemos de todo o sacrifício de Jesus, mas insistimos em nos entregar aos prazeres momentâneos do pecado. Mas como todos os nossos atos tem consequências, depois do pecado um vazio interior substitui o prazer momentâneo que havíamos experimentado. Aos poucos vamos nos tornando escravos de nossos vícios, e conhecemos o gosto amargo do pecado. O pecado vai nos afastando de Deus, vamos perdendo o gosto pela oração, perdemos a intimidade com o nosso Criador, e como conseqüência surge o vazio interior.

Nossa alma tem sede de amor, e só no amor do Pai que ela se completa. Infelizmente, na busca desenfreada pelo amor, procuramos por lugares errados, nos entregando a vícios e falsas paixões. Esquecemos-nos de buscar água na fonte, no coração de Deus. Não há maior amor que este, o amor do Pai por nós.

A forma mais concreta de nos libertarmos de nossos vícios é clamar o Espírito Santo sobre nós, deixando que ele nos conduza. Do contrário, estaremos escravos dos desejos da carne: fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição, discórdia, partidos, invejas bebedeiras, e outras coisas semelhantes (cf. Gl 5, 19-21). Quanto mais nos entregamos aos nossos desejos, mais nos tornamos escravos, e só em Deus conseguiremos reaver nossa liberdade.

Deixar-nos conduzir pelo Espírito é exercitar a caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança. Estes são os frutos do Espírito (cf. Gl 5, 22-23). Quando nos decidimos verdadeiramente por Deus, aos poucos colhemos cada um desses frutos. É assim que experienciamos a verdadeira liberdade. Uma vez experimentado os seus frutos, não mais desejamos viver de outra forma, pois os frutos de Deus são doces, nos sacia, o amor de Deus nos completa.

Sempre é tempo de mudança. Todo tempo é tempo de conversão. Queiramos, portanto, caminhar de acordo com o Espírito, e experimentar os seus frutos. Se vivemos pelo Espírito, andemos também de acordo com o Espírito (Gl 5, 25). Só assim encontramos a verdadeira felicidade.

Eduardo Faria
Missão Combatentes do Bom Combate

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